Planejamento estratégico para regeneração global

A Visão Macro do problema:

Partindo de uma análise macro no modelo de gestão global, observamos que construímos a sociedade humana com base em um modelo competitivo, ao qual podemos atribuir o nome de piramidal. Os melhores no topo e os restantes formando as bases. Quase tudo é negócio, quase tudo é pirâmide. A pirâmide do poder econômico, a pirâmide dos esportes, a pirâmide do poder político, a pirâmide dos assalariados, a pirâmide dos funcionários públicos, etc.

Cada pirâmide tem suas regras de acesso e permanência, e, se consolida no sistema de mérito. São Concursos, seleções, todos competindo por tudo. No sistema competitivo, piramidal, sempre teremos os sobrantes. Sobrantes são aqueles que ficaram de fora do sistema, fora das pirâmides. Quantos são esses sobrantes no Brasil?

Vejamos o quadro abaixo, com dados obtidos no IBGE, no INSS, etc. Todos em fontes “Oficiais” . Vamos quantificar nosso problema antes iniciar a proposição de qualquer solução

Temos algo em torno de 25 a 30% da população na condição de sobrantes. Os desempregados, cujo número chega a 12 milhões para alguns, 14 milhões para outros e até 20 milhões para alguns que contestam os métodos de cálculo do governo. Fato é que, não existe pirâmides para absorver a todos, e não há como criá-las. Não é questão de educação, de redistribuição de renda, de melhorias na gestão pública, intervenção na segurança pública, ou qualquer outro modelo de crítica/ação existente no momento que resolverá a questão. Embora essas ações devam ser aprimoradas e continuadas, para se evitar o caos. No caos as condições para trabalhar essas questões serão muito piores.

Dentre os sobrantes temos mais de 11 milhões de jovens entre 16 e 29 anos que não trabalham nem estudam e não são considerados desempregados por não estarem empreendendo busca por serviço. Igualmente não são considerados desempregados aqueles que recebem bolsa família, auxílio-desemprego, etc.

Descrição dos dados valores
População brasileira total 208 614 203
Menos a população com idade até 14 anos – 45 373 588
Menos mulheres com 62 anos ou mais – 13 196 935
Menos homens com 65 anos ou mais – 7 885 616
Total de pessoas em idade ativa 142 158 064
Total de contribuintes com o INSS – 58 100 000
Total de contribuintes com outras fontes pagadoras (30%) – 17 430 000
Total de pessoas fora do sistema 66 628 064

Os Resultados obtidos na educação brasileira:

Dados sobre o alfabetismo da População Brasileira, com base no Indicador de Alfabetismo Funcional (Inaf), que é uma pesquisa realizada em 2015, com o apoio do Ibope Inteligência, abrangendo pessoas com idade entre 15 e 64 anos de idade. O intervalo de confiança é de 95%, e a margem de erro máxima estimada é de 2,2 pontos percentuais para mais ou para menos

 

 

Nível % População
Analfabeto 4% 8.344.568
Rudimentar 23% 47.981.266
Elementar 42% 87.617.965
Intermediário 23% 47.981.266
Proficiente 8% 16.689.138
Total 100% 208.214.603
Analfabeto e Rudimentar:
Analfabetos Funcionais
27% 56.217.942
Elementar, Intermediário e Proficiente:
Alfabetizados Funcionalmente
73% 151.996.661

Onde:

Analfabetos – Corresponde à condição dos que não conseguem realizar tarefas simples que envolvem leitura de palavras e frases, ainda que uma parcela destes consiga ler números familiares(telefones, preços, etc)

Rudimentar – Corresponde a capacidade de localizar uma informação explícita em textos curtos e familiares (como um anúncio ou um bilhete), ler e escrever números usuais e realizar operações simples, como manusear dinheiro para o pagamento de pequenas quantias ou fazer medidas de comprimento usando a fita métrica;

Elementar – As pessoas classificadas neste nível podem ser consideradas funcionalmente alfabetizadas, pois já leem e compreendem textos de média extensão, localizam informações mesmo que seja necessário realizar pequenas inferências, resolvem problemas envolvendo operações na ordem dos milhares, resolvem problemas envolvendo uma sequência simples de operações e compreendem gráficos e tabelas simples, em contexto usuais. Mostram, no entanto, limitações quando as operações requeridas envolvem maior número de elementos, etapas ou relações;

Intermediários – Localizam informações em diversos tipos de textos, resolvem problemas envolvendo porcentagens e proporções ou que requerem critérios de seleção de informações, elaboração e controle de etapas sucessivas para sua solução. As pessoas classificadas neste nível interpretam e elaboram sínteses de textos diversos e reconhecem figuras de linguagem; no entanto, têm dificuldades para perceber e opinar sobre o posicionamento do autor de um texto;.

Proficientes – Classificadas neste nível estão pessoas cujas habilidades não mais impõem restrições para compreender e interpretar textos em situações usuais: leem textos de maior complexidade, analisando e relacionando suas partes, comparam e avaliam informações e distinguem fatos de opiniões. Quanto à matemática, interpretam tabelas e gráficos com mais de duas variáveis, compreendendo elementos como escala, tendência e projeções.

Vejamos agora o nível de alfabetismo por escolaridade da população brasileira:

Escolaridade Analfabeto Rudimentar Elementar Intermediário Proeficiente
Nenhuma 59% 8% 1% 0% 0%
Ensino Fund. Séries Iniciais 30% 37% 12% 4% 2%
Ensino Fund. Séries Finais 10% 32% 29% 11% 7%
Ensino Médio 1% 20% 45% 54% 45%
Ensino Superior ou + 0% 3% 13% 31% 46%
Total 100% 100% 100% 100% 100%

A violência no Brasil:

Segundo o Jornal O Estadão, em matéria publicada em 21 de agosto de 2017, citando como fonte de informações, as Secretarias de Segurança dos Estados, com o total diário de mortes violentas no país, e em sua grande maioria atribuídas ao tráfico de drogas e as disputas por pontos de vendas entre as facções rivais.

A seguir passamos esses números no quadro abaixo:

Total diário de mortes violentas no Brasil 100% 155
Jovens e pobres 92% 143
Jovens, pobres e negros 71% 102
Em média uma morte a cada 9 minutos

A população prisional:

Analisando a população prisional no Brasil temos os seguintes quadros por faixa etária:

Descrição dos dados valores
Jovens de 18 a 29 anos 56 % 406.952
Maiores de 29 anos 44 % 319.748
Total da população carcerária no Brasil 100 % 726.700

Analisando a população prisional no Brasil temos os seguintes quadros por Escolaridade:

Descrição dos dados valores
Analfabetos 6 % 43.602
Sem outros cursos formais 9 % 65.403
Fundamental Incompletos 53 % 385.151
Fundamental Completo 12 % 87.204
Subtotal 80 % 581.360
Ensino Médio Incompleto 11 % 79.937
Ensino Médio Completo 7 % 50.869
Superior Incompleto 1 % 7.267
Superior Completo 1 % 7.267
Total 100 % 726.700

Temos a 3ª maior população carcerária do mundo. A 1ª é a dos Estados Unidos da América com 2,2 milhões de encarcerados, seguidos pela China com 1,6 milhões. Considerando que a polícia americana resolve 65% dos casos de homicídio e a brasileira apenas 5%, como ficaria a nossa população carcerária se igualássemos a nossa eficiência investigativa?

Como podemos observar é a população sobrante, jovem, com baixa escolaridade é quem abastece o sistema prisional brasileiro. São os sobrantes, jovens, pobres e descartáveis, que atuam como mão-de-obra escrava do narcotráfico e alavancam os índices de criminalidade no país.

O Mundo que está se desenhando:

Os avanços tecnológico se apresentam em todas as áreas da produção. No campo, atendendo as grandes propriedades, os tratores e colheitadeiras operam 24 horas por dia controladas por GPS. Nas propriedades menores, com menos de 200 hectares, os drones fiscalizam o desenvolvimento das lavouras e racionalizam o emprego de fertilizantes e defensivos. Hoje já existe colheitadeiras até para as plantações de café. O gado engorda em piquetes, com a alimentação e o ganho de peso controlados por computador. Nas indústrias, as máquinas ferramentas controladas por computador e a robótica dominam o parque industrial, reduzindo enormemente a demanda por mão-de-obra. A indústria automotiva tem suas linhas de montagem totalmente robotizadas. Já temos robôs para produzir até sanduíche de hambúrguer. As grandes fabricas, que no passado absorviam enormes contingentes vindos do campo, hoje já não são as grandes tomadoras de mão-de-obra. É o desemprego tecnológico. Com a população e a produção de bens e serviços crescendo sem parar e a demanda por mão-de-obra diminuindo. As máquinas substituindo os homens em todos os campos da atividade humana. Vivemos um paradoxo. Temos produtos mais baratos, com um padrão de qualidade internacional, porém, o número de pessoas com os recursos para adquiri-los, através do trabalho formal, está cada vez mais reduzido. Hoje já temos cerca de ¼ da população sobrando. Amanhã seremos muitos mais. Que tipo de atividades os humanos poderão exercer nesse novo mundo? Qual será o papel do homem nesse mundo tecnológico?

O novo papel do homem no mundo tecnológico:

A mecanização está substituindo os homens em todas as áreas de atividades humanas, principalmente as repetitivas. É um mundo totalmente tecnológico! Nesse mundo que já vem se desenhando a muito tempo, se instalando, que papel o homem deve se preparar para assumir? O homem deve assumir papel de ser criativo! O papel de buscar qualidade de vida! O papel de buscar o autoconhecimento! O papel de nortear suas ações no sentido de construir um mundo mais SOLIDÁRIO, mais JUSTO, mais PACÍFICO! Afinal não é isso que todos nós queremos? Não é isso que todas as pesquisas demonstram? Em princípio, que tipos de atividades se adequariam a esse novo papel? Podemos iniciar os trabalhos elaborando projetos, nas áreas relacionadas abaixo:

  • As atividades físicas serão muito necessárias, visto que todas as atividades que requeiram esforço físico serão executas pelas máquinas.
  • As atividades ligadas às pesquisas, visto que para o trabalho de ser criativo, inovador, o homem ainda é insubstituível. Esperemos que a inteligência artificial, nesse campo, também não nos substitua.
  • As atividades de restauração e manutenção, dos rios, lagos, qualidade do ar, fauna, flora, etc. Ou seja, restaurar e manter o meio ambiente, o nosso habitat.
  • As atividades ligadas à educação, visto que, sem o numeramento e o letramento necessário ao papel a se desempenhar nesse novo mundo, o homem não terá chances de sobrevivência. Os homens precisam tornar-se proficiente para entender, usar e produzir as novas tecnologias.
  • As atividades ligadas ao autoconhecimento, pois sem a busca pelo auto equilíbrio, pelo domínio das paixões, jamais teremos um mundo mais solidário, mais justo, mais pacífico. Como é o sonho da maioria dos habitantes desse planeta.
  • As atividades ligadas as artes, pois o novo mundo além de solidário, justo, pacífico, também deve ser belo!

O trabalho não pode perder de vista os 17 Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS) com suas 169 metas a serem alcançadas até 2030, estabelecidos na conferência Rio+20, com a participação dos 193 Estados membros da ONU, sociedade civil, setor privado, além de outros atores. Como anexo I, acompanha esse planejamento uma cópia dos objetivos firmados e suas metas, para servir na elaboração de novos projetos e contribuir no direcionamento dos trabalhos.

O Nosso Paradigma:

Para tornarmos o mundo mais justo, solidário e pacífico, temos que empreender ações no sentido de acolhermos a população sobrante, com atitudes que valorizem a solidariedade e a argumentação lógica como um padrão de comportamento. Trabalhar a redução dos índices de violência, que por sua vez está atrelado ao consumo e distribuição das drogas. Atuando preventivamente para evitar e reduzir o crescente número de usuários, cuja ação se desenvolve principalmente a partir das comunidades de menor expressão econômica. Como podemos concluir a partir dos comentários gerais, não cabe aqui considerações sobre os temas como: melhorar a distribuição de renda, buscar maior eficiência na gestão pública, maior eficiência na segurança pública, no combate a corrupção, na melhora salarial para essa ou para aquela categoria, etc . Não cabe ainda cobranças ou críticas de qualquer natureza, a qualquer instituição para resolver a questão, pois o modelo vigente e a limitação dos recursos, tornam inócuas essas atitudes. Já tem muita gente e instituições cuidando dessas questões. O tempo não é um nosso aliado, quanto mais ele passa, mais a situação se agrava. Um novo modelo de arranjo social, não piramidal, organizado com base na participação e não na competição, atuando de forma complementar com o modelo piramidal, e que, absorva paulatinamente esses sobrantes, garantindo-lhes as condições mínimas de sobrevivência, parece ser a solução mais lógica para o problema. Reforçando essa nova geometria, devemos criar projetos específicos, porém alinhados com o objetivo de tornar a população sobrante adaptada às novas condições exigidas por um mundo totalmente tecnológico, como exposto nos comentários gerais. Na construção desse novo modelo, todos devem ser chamados a participação. É um chamado para toda a sociedade! As condições requeridas para essa participação devem ser: A solidariedade e a não transformação do trabalho em um modelo piramidal, competitivo. O concurso de todos os indivíduos, falando em seu próprio nome ou da organização a qual representa, se faz necessária. Todo indivíduo será útil, com sua solidariedade nessa tarefa. Não importa qual seja a nossa posição na pirâmide social, sempre haverá uma causa que tocará nosso coração. O espírito da solidariedade partilha espaço com o da competição no coração humano. Cabe lembrar que ser solidário não é praticar caridade, dar esmolas. Ser solidário é caminhar junto, é construir o bem, é interferir na realidade de forma a torná-la mais aprazível. É transformar o mundo que temos, no mundo que queremos. Aquele que não puder dispor do seu tempo nessa tarefa, poderá canalizar recursos, acompanhar a execução dos programas e projetos. Poderá custear e acompanhar a execução de um projeto que lhe pareça mais adequado. Todos os projetos devem estar voltados para as comunidades de menor expressão econômica, visando a sua inserção nesse novo modelo.

Premissas:

  1. A prevenção ao uso e abuso de drogas se faz com base na redução dos fatores de risco e na ampliação ou criação de fatores de proteção, contidos no contexto, onde vivem os indivíduos e nos próprios indivíduos. Portanto, trabalhar as relações intra e interpessoais das crianças e jovens, favorecendo o autoconhecimento e a capacidade de usar de empatia com as pessoas do seu entorno é de capital importância. Bem como, promover uma capacidade crítica com relação ao uso e abuso das drogas e valorizar a sua participação nas atividades e projetos comunitários livres desse tipo de oferta.
  2. Igualmente importante, será uma ação complementar na educação, com vistas a proporcionar letramento e numeramento, que leve nossas crianças e jovens a condição de proficientes em idade precoce. O papel desse jovem no mundo tecnológico só poderá ser exercido com base nessa formação. Os dados contidos nos comentários gerais, comprovam a necessidade de uma intervenção imediata nessa questão, executada de forma complementar e interativa com a escola formal. Devemos ainda, criar estratégias/projetos para eliminar os fatores de risco pessoais nas crianças e jovens. A escola é o locus ideal para essa implementação, visto que as crianças e jovens ali permanecem, por um período longo de suas vidas e durante muitas horas por dia. E ainda, a escola é por definição um local de socialização do saber.
  3. No que tange ao contexto, todas as atividades humanas desde as laborais, recreativas, oportunidades de progresso pessoal, qualidade de vida, etc, fazem parte do foco preventivo. Bem como reduzir/eliminar a oferta de substâncias psicoativas ilícitas nas comunidades, e ainda, tornar efetiva a fiscalização, como preconizam as leis, para evitar a venda das substâncias psicoativas lícitas a menores de idade, no caso, principalmente o álcool e o tabaco. Não existe serviço ou organização, que sozinha, apoiada em seus cabedal de conhecimento e no seu método de trabalho, seja capaz de dar conta de todos os problemas aqui apresentados. Portanto, uma ação em rede é indispensável. E essa ação deve congregar todas as entidades, sejam elas públicas ou privadas, pessoas físicas ou jurídicas, que de alguma forma possam contribuir para a solução dos problemas.
  4. Uma análise no perfil da população carcerária brasileira vai nos mostrar a necessidade de ampliar a média de anos de frequência escolar, para reduzir os índices criminalidade. Quanto menor a escolaridade maior a quantidade contida na população carcerária.
  5. A redução dos índices de violência, passam por ações voltadas para as comunidades de menor expressão econômica, com a oferta de projetos que retirem os adolescentes e jovens da ociosidade e os direcione ao engajamento em práticas voltadas aos objetivos de desenvolvimento sustentável e a preparação para esse novo mundo, em franco processo de implantação.
  6. O fomento ao empreendedorismo para aqueles cultivam essa demanda, favorecendo a instalação de micro ou pequenos negócios. Para a manutenção dessa proposta, o apoio de uma incubadora de microempresas e de um banco social seria de fundamental importância. Lembrando sempre que os produtos e serviços voltados ao desenvolvimento sustentável tem excelente perspectivas seculares. São bens e serviço que vieram para ficar.
  7. O conhecimento que no passado dobrava a cada século, hoje dobra a cada dois anos e está acessível nas redes, a qualquer pessoa que o procure. Os jovens de todas as condições socioeconômicas usam essas redes com mestria. Trocam informações, interagem entre si sem qualquer orientação ou restrição no uso de tal tecnologia. Nossas escolas, ainda trabalham unicamente com base na transmissão do conhecimento professor/aluno. Como faziam nossos pais no passado. Devemos repensar esse modelo, com vistas a nos apropriarmos desses benefícios tecnológicos em prol de melhores resultados na educação. O modelo de relação Escola/Professor/Aluno precisa ser repensado, testado e ajustado a nova realidade, para tornar a apreensão do saber uma atividade lúdica e prazerosa, garantindo a manutenção dos nossos jovens por mais tempo nas atividades escolares.

Plano Estratégico de Ação:

Para dar sequência a esse plano, devemos iniciar buscando parceiros, divulgando as informações e as soluções propostas, fomentando e/ou auxiliando na implantação de projetos sociais nas comunidades. Esse Plano Estratégico de Ação, carrega consigo, a visão de que centenas de projetos deverão ser desenvolvidos e implantados. Razão pela qual as questões relativas a custos, prazos, atores, metas e a gestão dos projetos serão tratados diretamente no planejamento operacional (no projeto específico). O ponto de partida dos trabalhos será capacitar pessoas nas comunidades para nortear e implementar as ações necessárias e consolidar essas ações. O Projeto Novas Fronteiras, definido como ponto de partida, será implantado diretamente pela Evoluir e objetivo da proposta não é o controle dos trabalhos. Esse controle limitaria o alcance das soluções propostas. O objetivo é o de criar uma onda de transformação social, conduzida para e pelas próprias comunidades. A parceria com outras instituições para auxiliar na condução do processo, é de suma importância, principalmente aquelas cujo foco principal seja a educação. Contamos para essa tarefa com a Central de Comunicações Evoluir, que tem a sua disposição todas as redes sociais e um site.

Planejamento Tático:

Passos Descrição, Objetivos, Atores e Custos
1 Capacitar pessoas para conduzir as ações específicas em suas comunidades. Recebendo suporte e orientação diretamente da Evoluir ou das instituições parceiras, no início de suas atividades. Esse auxílio se estenderá, pelo tempo que se fizer necessário, até que os Grupos de Ações Comunitárias caminhem de forma independente. A proposta será a implantação de um programa preventivo permanente nas comunidades. O desempenho escolar, o número de participantes nos projetos e os índices de criminalidade, nas comunidades beneficiadas com a implantação, deverão ser monitorados para aperfeiçoamento e avaliação da eficácia/resultados do trabalho. Materiais preventivos como vídeos, oficinas diversas, e outras ações e projetos, serão criados e disponibilizados aos Grupos de Ações Comunitários, de forma a tornar seu trabalho mais assertivo e variado. Todos os recurso da Evoluir estarão sempre a disposição dos Grupos de Ações Comunitárias, para auxiliá-los na obtenção de bons resultados.
2 A criação dos Grupos de Ações Comunitárias (GAC) será feita através do curso de capacitação e seleção, ministrado no projeto Novas Fronteiras, visando a implantação de um programa permanente e eficiente de prevenção nas comunidades. Como o Planejamento visa a criação de uma “onda transformadora” os grupos serão orientados e conduzidos a uma postura de plena autonomia. Podendo inclusive adequar os trabalhos segundo as demandas específicas de cada comunidade. Projetos de terceiros também podem ser fomentados e assistidos pelos Grupos de Ações Comunitárias, desde que estejam alinhados com os objetivos globais da prevenção. Cada grupo poderá criar um diferencial no seu nome e terão registro e apoio na Evoluir, quando necessário. Exemplo de um nome de grupo: Grupo de Ação Comunitária – Nova Alegria.
3 Ativar os projetos relativos ao Programa Oficinas da Arte, com o propósito de iniciar a produção dos elementos de apoio para a produção dos materiais preventivos. Exemplos: No projeto Oficina da Costura e do Artesão serão produzidos os Fantoches para o teatro de fantoches e o guarda-roupa para as Oficinas de teatro. No Projeto Oficina das Letras serão produzidos ou adaptados os textos para O teatro de Fantoche e para os contadores de história.
4 A Evoluir tem o local para treinamento dos grupos que se apresentarão nas comunidades/escolas, nas especialidades acima descritas, dando consistência ao Programa Repensar a Rua. Esses grupos, após treinamento, se apresentarão com agendamento controlado pelos GAC. Mediante a demanda estabelecida, pelas ações dos Grupos de Ações Comunitárias (GAC), farão o agendamento das apresentações nas comunidades/escolas, atuando como um Agente Teatral.

Planejamento Operacional:

Essa população sobrante tem fome e não é fome só de alimento. È fome de tecnologia, de bens e serviços de qualidade. Se aplicarmos o percentual de 25% a população da cidade do Rio de Janeiro, vamos ter mais de 1,5 milhões de sobrantes. Sobrantes que fornecem a mão-de-obra, agora organizada, para interceptar os carregamentos que abastecem a cidade e distribuí-las a preços módicos. Formando assim sua própria pirâmide comercial e comprometendo toda a qualidade de vida da cidade.

Mas um novo modelo organizacional paralelo, não piramidal, poderá ser criado no momento, visando absorver grande parte dos sobrantes, bem como facilitar o acesso ao mercado formal com base no empreendedorismo e canalizados para bens e serviços com perspectiva seculares de longo prazo, como é o caso dos bens e serviços voltados para a sustentabilidade. O novo modelo dentro de uma nova geometria, um modelo não competitivo, baseado na participação e não na competição, focando não o crescimento constante mas o equilíbrio. Para construir esse novo modelo toda a sociedade pode ser chamada a contribuir, de forma solidária, de forma participativa.

No Projeto Casa Devir, cujo foco é a recuperação de dependentes químicos e assistência aos familiares, visualizando os milhares de casos atendidos nos últimos anos, sabemos como o vício se estabelece, como o consumo de drogas se propaga pelas comunidades, sabemos como a droga é distribuída e apresentada as nossas crianças, adolescentes e jovens. Porém, esse conhecimento, não impede a propagação do problema, pois quando as pessoas buscam ajuda, a dependência química já se instalou. Considerando a dependência química como uma doença progressiva e incurável, sabemos que o dependente terá sequelas para o resto de sua vida. Esse conhecimento só vai gerar benefícios se for socializado, ou seja, se for compartilhado com as famílias, escolas, igrejas, enfim, com as comunidades em geral. O crescimento da demanda por drogas está alcançando proporções epidêmicas. As famílias, as autoridades, a sociedade em geral, não está sabendo lidar de forma assertiva com o problema. Sabemos ainda, que não basta reduzir a oferta de drogas nas comunidades, que não basta dizer aos nossos jovens: Não usem drogas! Drogas matam! Drogas destroem suas vidas! É necessário trabalhar os seus fatores de risco pessoal. É necessário reforçar ou criar fatores de proteção pessoal. É igualmente necessário, trabalhar os mesmos fatores no contexto onde as crianças, adolescentes e jovens estão inseridos (Nas famílias, nas escolas, nas igrejas, nas comunidades). Sabemos que para reduzir a demanda por drogas, é necessária uma ação coordenada, com a participação de toda a sociedade. Não adianta culpar as famílias, não adianta cobrar os governos, não adianta atribuir a ausência de Deus a presença das drogas. O problema das drogas nos atingem a todos, independentemente do modelo familiar que adotamos, da religião que professamos, do bairro onde residimos, dos bens que possuímos.