A Evolução

Todas as raças possuem condicionamentos que determinam sua maneira única de agir e interagir com o meio ambiente. Podemos dizer que cada raça, no reino animal, possui condicionamentos neuropsicobiológico que determinam sua forma de ser. Desde a sua constituição física, padrões de relacionamentos individuais e coletivos únicos. Sendo que existem padrões emocionais e comportamentais diferenciados e ao mesmo tempo comuns a todas elas. Vejamos os exemplos a seguir:

1-Ser nômade ou sedentário… (nômades: Pássaros migratórios, gnus, etc… Sedentários: jacaré, ratos, coelhos, etc…)

2-Ser gregário (vivem em grupos) ou não gregário (vivem só, aproximam-se apenas para acasalamento)… (Gregários: lobos, elefantes, hienas, etc… Vida Solitária: ursos, preguiça, gambá…)

3-Ser um animal de fuga ou de ataque… Quando um perigo se aproxima a primeira reação é fugir ou atacar… (Animal de Fuga: Cavalo, veado… Animal de ataque: Onça, leão… )

4-Validar a Violência – Faz uso da violência para enfrentar seus medos e resolver suas divergências. Comportamento presente em praticamente todos do reino animal, mesmo nos herbívoros e animais de fuga, pois durante a fase de acasalamento ou quando acuados podem atacar… 

5-Ser territorialista ou não – (Demarcar o território onde vive, sentir-se dono e lutar em sua defesa…)

6-Carência de mando, observada em alguns animais gregários. É a necessidade de seguir um líder! É o chefe da matilha, da manada, do Clã, das tribos e outras formas de agrupamentos.

O medo como um gatilho para disparar a violência animal
O medo é a antecipação do sentimento de perda, de sofrimento ou dor frente a uma situação de perigo iminente. Como reação ao medo, os animais adotam algumas reações básicas que o organismo apresenta frente a essa situação. A fórmula mais conhecida de resposta é a “luta ou fuga”, mas na verdade podem adotar quatro direções básicas de respostas comportamentais: luta, fuga, congelamento (paralisado ante o perigo) ou desfalecimento (“apaga” para não sentir a dor do ataque). 

Os condicionamentos no reino animal
Podemos observar que cada raça carrega consigo condicionamentos inconscientes que determinam seu padrão individual e coletivo de atitudes e respostas. Alguns animais são chamados de animais de fuga, dentre eles podemos destacar o cavalo, o veado, a galinha, etc… Outros são chamados de animais de ataque, dentre eles podemos destacar o leão, a onça, o crocodilo, etc… Porém, mesmo os animais de fuga quando acuados podem reagir com violência. Os animais carregam em seus condicionamentos a matriz guerreira ativada. Esse é um condicionamento funcional no mundo animal, quando vivem no Ciclo da Primeira Inocência. Onde a violência é uma resposta assertiva para cuidar de suas divergências, de seus medos e competições no acasalamento e defesa de território.

A saga da raça humana

A Evolução dos humanos:
Consideramos como a evolução dos humanos e as mudanças ocorridas em seus condicionamentos neuropsicobiológicos nos últimos dois milhões de anos, com reflexos tanto na sua estrutura física, como, em seu padrão comportamental e emocional. Mudanças que foram determinantes na forma como vivem nos tempos atuais, onde naturalmente, mudanças físicas também acompanharam a evolução comportamental ou mesmo deram início a elas. Podemos citar como exemplo, o volume e a conformação craniana, a arcada dentária, a altura e outras características que foram mudando na medida em que a evolução acontecia. 

Para simplificar, vamos falar da evolução humana a partir do homo hábiles, do homo erectus e do homo sapiens:

-Homo Hábiles há cerca de 2.000.000 de anos: Saída do Ciclo da 1ª inocência para o Ciclo do Ego. Começa a modelar e querer controlar o mundo a sua volta segundo a sua vontade, segundo as determinações de seus egos. Sem presas e garras seria certamente um animal de fuga, pois não havia como enfrentar os predadores. Desenvolveu suas garras e presas (armas). Começou a fabricar instrumentos rudimentares com pedras lascadas, desenvolveu rudimentos de linguagem, modificou sua forma de convívio com o meio ambiente. A seguir analisamos o seu padrão comportamental a partir desse período e suas realizações:
1-Continua nômade;
2-Continua gregário;
3-Evolui – Com as armas de pedra torna-se um animal de ataque (torna-se caçador e continua coletor – Onívoro);
4-Continua validando a violência;
5-Torna-se territorialista;
6-Continua com carência de mando.

-Homo Erectus há cerca de 1.800.000 anos: Segue no Ciclo do Ego, Coloca-se de pé, segue aperfeiçoando sua linguagem, descobre o fogo e sua aparência sofre mudanças mais profundas, segue aperfeiçoando suas armas, sua alimentação agora fica mais rica e variada, tornando sua qualidade de vida melhor, assim como suas habitações. A seguir analisamos o seu padrão comportamental e as suas realizações:
1-Nômade;
2-Gregário;
3-Animal de ataque (Coletor e caçador – Onívoro);
4-Válida Violência;
5-Territorialista;
6-Carência de mando.

-Homo Sapiens há 180.000 anos: Segue no Ciclo do Ego, desenvolve a escrita e aperfeiçoa a linguagem e outras formas de comunicação, suas armas são aperfeiçoadas e mais tarde passam a usar os metais em sua fabricação. A seguir analisamos o seu padrão comportamental e alguma de suas realizações:
1-Evolui – Torna-se sedentário, agricultor e pastor, desenvolve as vilas, cidades, cidades fortificadas e apropriam-se de todas as terras e dos animais;
2-Evolui -Gregário – Construiu megacidades (mais de 10 milhões de habitantes) espalhadas por todo o planeta. É de longe a espécie dominante;
3-Evolui – como animal de ataque – assume o topo da cadeia alimentar (É o único animal que mata por prazer);
4-Mudanças ? – Valida a violência – torna-se o predador da própria espécie – Faz uso desde a violência doméstica até guerras globais com milhões de humanos mortos e destruição completa de cidades humanas – É a barbárie que segue e se amplia nos dias atuais;
5-Territorialista – Chama a isso nacionalismo e esse conceito tem provocado guerras até globais para manter o controle e poder sobre seus territórios;
6-Carente de mando – É manipulado e conduzido pelas lideranças como uma grande manada. Assim é levado a agir em grupo, até mesmo de forma contrária a seus valores pessoais, sem perceber.
7-Mudanças ?? – Destrói e modifica os biomas sem levar em conta a simbiose. Está levando seus recursos vitais a extinção ao quebrar o equilíbrio com a superexploração dos recursos naturais. Destruindo o próprio habitat.
8-Mudanças ?? – A competição domina as relações interpessoais humanas. Todos competem por tudo e aquele que não está competindo diverte-se assistindo as competições alheias. Aquele que vence adquire méritos e isso constitui a meritocracia. A meritocracia explica e valida as diferenças sociais no Ciclo do Ego.

No caso humano atual, quando o medo se instala, a razão sai de cena e se estabelece o mono ideismo, matando a criatividade e a busca por alternativas de solução mais eficientes. O princípio da competição, a carência de mando e o medo, combinados com as falácias, criam um conjunto de postura e discurso, que se torna o principal  componente para ser usado na manipulação e controle das manadas de humanos. O medo mata a criatividade e torna as escolhas um ato voluntário de submissão.

Aprender com os erros:
A violência vem crescendo a níveis alarmantes. O crime organizado adentrando a gestão pública e se instalando em todo o país. O desemprego tecnológico atinge milhões de pessoas sem utilidade no sistema produtivo (Sobrantes). As mudanças climáticas começam a provocar catástrofes cada vez maiores. A insegurança alimentar atinge cerca de 70 milhões de pessoas só no Brasil. As competições alimentadas pelas mídias tiram o foco das questões fundamentais. As rotas de fuga de uma realidade coletiva extremamente hostil só fazem crescer (Depressão, suicídios, pornô, drogas, mídias sociais, gurus vendendo saídas mágicas, etc…). 

A validação da violência como um maneira assertiva para resolver as questões humanas, a destruição do habitat, as competições, a meritocracia, a sobrância, a fome, a miséria, e outros problemas no planeta, coloca a humanidade no rumo da extinção. Reverter esse rumo é urgente e necessário, caso contrário, a extinção da raça humana será apenas uma questão de tempo. E não será um tempo longo, medido pelos milênios para ocorrer. O relógio do fim dos tempos já quase bateu a chegada do tempo final, por diversas vezes, durante as últimas décadas. As armas termonucleares estocadas nos silos das grandes potências militares e usadas como argumento de intimidação deixam bem clara essa afirmação e possibilidade.

As mudanças que deveriam estar sendo questionadas, estar em foco no momento atual ficam de fora. A seguir alguns pressupostos que fundamentam essas propostas de mudanças:

1º- Considerando que as realidades coletivas são mantidas por milênios pelas gerações que nos sucedem, com a educação que disponibilizamos. Se mudarmos a educação em poucas gerações mudamos a realidade. Educar nossas crianças para experienciar e viver uma realidade mais evoluída é estratégico. Educar para serem criativos, pacíficos e colaborativos, pois com todo o trabalho pesado e repetitivo sendo feito pelas máquinas é esse o papel que deverão desempenhar.

2º- A segmentação da raça humana em grupos e subgrupos de todos os tipos, dentro de um modelo competitivo provocam as guerras e enfrentamentos por questões financeiras, religiosas, políticas, esportivas, etc… Entender que todos pertencemos a raça humana e que nossas diferenças constituem oportunidades de convivência e aprendizado. As competições precisam ser substituídas pela colaboração e os enfrentamentos pelo diálogo. 

3º- A restauração ambiental para reverter as mudanças climáticas é urgentíssima. Temos que reverter o processo antes de atingir o ponto de inflexão – Quando reverter deixa de ser possível. Os biomas devem ser restaurados, mas agora conhecendo o sistema simbiótico, podemos criar não mais áreas de exclusão humana, mas sim áreas restauradas de convívio integrando natureza e humanos em processos autossustentáveis.

4º- Assumir a responsabilidade por seu destino independente da necessidade de chefes. Os princípios e valores solidários devem nortear as ações individuais e coletivas. Será a responsabilidade social assumindo o controle, onde aquilo que não for bom para o todo não pode ser feito. Mesmo que os benefícios pessoais sejam grandes sob o nosso ponto de vista. A isso podemos chamar responsabilidade social. Para que a responsabilidade social funcione de maneira plena, dois pressupostos devem orientar o entendimento e ações: Primeiro, as necessidades de muitos é mais importante que os privilégios de poucos. Segundo, apenas tornando o privilégio de poucos um direito de todos jamais serão retirados ou perdidos.

5º- Começar a criar um novo modelo de organização social, que no Ciclo do Ego se baseia no modelo piramidal com seus organogramas mostrando sua estrutura, sua cadeia de comando e distribuição da riqueza e poder dos indivíduos que o compõem. O modelo materialista consolida e justifica as diferenças sociais. O novo modelo será, de certa forma, o retorno do homem à natureza. Para compor o novo modelo podemos tomar o corpo humano como exemplo. No corpo humano as informações e necessidades são compartilhadas a partir do sistema nervoso central e todos os órgãos se ajustam às necessidades. Se o corpo precisa correr, o pulmão e o coração aceleram, o sistema de transpiração refrigera todo o corpo, adrenalina é liberada para facilitar a ação. Todos os órgãos se harmonizando para o bem comum. Esse novo modelo de organização sócio produtiva, em rede, já estruturado e testado pode ser visto nos laboratórios sociais da Ong Evoluir / Ciclo Solidário. É só fazer contato pedir informações ou visitar…

6º- A economia projetando crescimento constante e fazendo uso de recursos não renováveis ou que degradam o meio ambiente é como acelerar cada vez mais rápido um carro em direção ao precipício. O Ciclo Solidário deve primar pelo equilíbrio, pela sustentabilidade, pela estabilidade da demanda, pela responsabilidade social na elevação da oferta, estabilidade em relação a economia, estabilidade em relação ao volume populacional. A população sobrante deve ser educada, preparada e utilizada na composição dessa nova realidade, principalmente durante o tempo de transição, assim os níveis de riscos socioeconômicos serão reduzidos com a geração de trabalho e renda. A violência ou enfrentamentos jamais podem ser usados nessa tarefa, pois isso iria fixar a realidade no modelo do Ego sem promover a mudança. Essa proposta é fazer crescer o Ciclo Solidário aproveitando quem está sobrando no Ciclo Materialista. Assim, enquanto um ciclo declina, o outro nasce. 

7º- Por último e mais importante mudança a ser promovida. A matriz guerreira ativada em nosso projeto neuropsicobiológico precisa ser desativada. É a única forma de interromper a barbárie. Com a barbárie interrompida, o gatilho do medo se tornará inativo e teremos a tranquilidade necessária para promover as mudanças e fazer crescer os pequenos núcleos de realidade solidária. Com relação a Matriz guerreira cada indivíduo pode desativar apenas a sua matriz, porém quando dois seres com a matriz guerreira desativada, em seus corações se encontram, podem até divergir, mas jamais irão se agredir. Fazendo disso um padrão comportamental e emocional no pacto social do Ciclo Solidário a Matiz Guerreira será desativada e a barbárie deixará de existir. Parece simples, mas não é bem assim! Lembre-se que a Matriz Guerreira ativada é um condicionamento humano, fixado em nossa programação neuropsicobiológica há milhões de anos. Tornou-se um padrão comportamental e emocional que nos conduz a agir no piloto automático, interrompê-lo demanda cuidado e atenção constante.

Desativando a Matriz Guerreira:
A seguir elaboramos um passo a passo para facilitar a tarefa de desativar a Matriz Guerreira:

Primeiro passo:
Entender que a violência tornou-se um padrão de resposta disfuncional e que será necessário aprimorar o autocontrole para interromper o piloto automático em nosso padrão de atitudes ou respostas. Só assim vamos desativar a matriz guerreira em nossos corações e avançar em nosso processo evolutivo. Afastando-nos das atitudes instintivas, irracionais que dominam o mundo animal e nos conduziu à barbárie.

O Segundo passo:
Precisamos parar a barbárie! Para isso precisamos identificar nossas atitudes violentas a nível de pensamentos, emoções e atitudes para poder suprimi-las. Buscar fazer uso da razão, do diálogo, do consenso como forma de solucionar as questões em nosso dia a dia. Em último caso, até mesmo aprender a conviver com as diferenças. Buscar a expansão da consciência visando favorece o nosso entendimento e a nossa capacidade de análise, facilitando e justificando a mudança.

O Terceiro passo:
Muitas vezes vamos agir fora de nosso propósito de autotransformação e agir ou reagir violentamente quando algo afetar nossa zona de conforto. Isso é absolutamente natural, afinal estamos lutando contra milênios de programação. Concentre-se na eliminação dos pensamentos negativos, conflitantes com nossa nova meta. Pois, pensamento dispara a emoção (medo) que por sua vez dispara a violência. Retome sua busca por autotransformação sem culpa, mas também sem procrastinação. Mantenha-se no novo rumo…

O Quarto passo:
Aprenda a controlar seus pensamentos, mesmo aqueles que você manda embora e ele volta, você manda embora e ele volta, o dia amanhece e ele está lá. Racionalize a realidade mostrando a si mesmo que aquele pensamento não é mais do seu interesse e reforçando o entendimento do porque deve mudá-lo. A seguir uma receita para limpar a mente e trocar os pensamentos: Primeiro visualize uma imagem, pode ser uma paisagem, um vaso de flores, ou qualquer outra imagem que o agrade. Feche os olhos e sem perder de vista a imagem, cante uma música ou recite um poema ou faça uma oração. Quando a memória de imagem e a da fala são usadas ao mesmo tempo, o pensamento invasor desaparece. Mas ele voltará. Repita o processo quantas vezes forem necessárias. Você verá que ele vai perder a força e em pouco tempo não incomodará mais. Pensar conscientemente em duas coisas ao mesmo tempo carece de treino. No começo quando recitamos o poema, ou cantamos a música, a imagem se apaga em nossa mente. É preciso treinar…

O Quinto passo:
Para consolidar o novo padrão, siga expandindo sua consciência, se livrando de seus condicionamentos para poder sentir o amor incondicional e vá compartilhando seus conhecimentos com todos que estirem dispostos a ouvir. Trabalhe sempre em grupo e forme grupos de convivência solidária assistindo àqueles que estão na condição de sobrância. A lei do retorno cuidará do resto, assim você a estará usando em seu próprio benefício…

Espero que esse artigo seja de alguma ajuda…

Uma boa jornada a todos!

 

Roberto,
Ong Evoluir / Ciclo Solidário

20/04/2024